segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Promontório

No promontório o muro nada fecha ou cerca.

Longo muro branco entre a sombra do rochedo e as lâmpadas das águas.

No quadrado aberto da janela ao mar cintila coberto de escamas e brilhos como na infância.

O mar ergue o seu radioso sorrir de estátua arcaica.

Toda a luz se azula.

Reconhecemos nossa inata alegria: a evidência do lugar sagrado.

 

ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Ilhas, Assírio & Alvim, 6.ª edição, 2016, p. 67.

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