domingo, 30 de janeiro de 2011

Fantasma

A Adelaide seguiu pela rua que se abria à sua frente, o Constantino voltou para trás, pelo mesmo caminho por onde tinha chegado. Havia um poste escuro à espera do encosto do Ilídio. Dentro dos seus olhos, ainda a via a abraçar aquele homem tão diferente de si. Encostado ao poste, era um campo anoitecido. Para que serviam as mãos?

Devagar, a distância entre Saint-Denis e Champigny foi muito mais longa. Era feita de estradas-fantasma, de ruas-fantasma, de casas-fantasma, habitada por carros-fantasma, luzes-fantasma e fantasmas transparentes, sem alma, cheios de não-vida.


PEIXOTO, José Luís, O Livro, Lisboa, Quetzal, p. 160.

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