quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Igreja Nra. Sra. Esperança

O Convento e Igreja da Esperança de Vila Viçosa foi criado pela familia de Bragança após 1548, mais propriamente pela mão da Duquesa D. Isabel de Lencastre. No entanto, as obras arrastar-se-iam por mais de dois séculos e meio.Nela se acolheu uma comunidade de freiras clarissas que ocuparam o mosteiro até 1866, altura em que a última freira foi transferida para o Mosteiro das Chagas de Cristo.



A igreja salvou-se, o mesmo não acontecendo às demais dependências conventuais, demolidas ou vendidas a retalho.Na singela fachada da antiga igreja conventual de N. Sra. da Esperança pode-se observar um portal sóbrio, composto por largas ombreiras e por uma cornija ressaltada. A nota de maior destaque vai para a composição relevada, em mármore, que preenche o tímpano da empena, uma das maiores obras escultóricas da segunda metade do século XVI. Como tema central surgem as figuras da Virgem com o Menino, ladeadas pelos anjos protectores de Portugal, S. Rafael e S. Gabriel, ajoelhados e segurando uma fita que vão desenrolando, onde se pode ler uma saudação à Virgem Maria. O tímpano é rematado por uma legenda em latim dizendo: "A salvação de todos e a Esperança de cada um".


Acima da frontaria ergue-se a torre sineira, coberta por uma cúpula bolbosa. Em redor da igreja são visíveis certos trechos arquitectónicos, alguns deles partes das antigas dependências conventuais.De grande altura e comprida dimensão, a nave única do corpo da igreja é coberta por abóbada de berço decorado com pinturas proto-barrocas do século XVII. As paredes são revestidas por tapetes de azulejo-padrão do século XVII. Nelas expõem-se imensos quadros de pintura a óleo seiscentistas, enquadrados por molduras setecentistas lacadas a vermelho e ouro. Próximo do púlpito de mármore está o altar de N. Sra. do Pilar, mostrando um painel maneirista ilustrado com a Assunção da Virgem. No altar de S. Vicente Ferrer observa-se uma maquineta do século XVIII, em talha dourada da época joanina, constituída por um templete com três nichos, abrigando-se no central a imagem do homenageado.


No coro baixo estão os túmulos em campa rasa das Duquesas D. Leonor de Gusmão e D. Isabel de Lencastre, a fundadora deste mosteiro. Aqui podem-se admirar cinco painéis dos inícios do século XVII e que versam sobre temas do Apocalipse de S. João, enquanto pinturas a fresco acrescentam colorido a certas zonas das paredes deste espaço. O coro alto é uma dependência do século XVI, coberto por uma abóbada de berço com caixotões ornados de pinturas de anjos e motivos fitomórficos. Nas paredes expõem-se quadros do período maneirista. Abertas nos flancos do arco triunfal estão as capelas colaterais, contendo bonitos altares seiscentistas de mármore. Num deles é visível uma bela escultura do século XVII em madeira estofada e dourada, alusiva a S. João Baptista.A capela-mor é coberta por uma cúpula semi-esférica que repousa sobre trompas, decorada por pinturas a fresco com perspectivas arquitectónicas, anjos músicos, motivos fitomórficos e que enquadram variada figuração hagiográfica.


O retábulo principal é uma composição de talha dourada do Barroco Nacional, de transição dos séculos XVII-XVIII e expõe um aparatoso sacrário.Perpendicular e contígua à igreja, desenvolve-se a Capela da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco, comprida e estreita, protegida por uma composição de madeira gradeada, lacada e pintada. Guardam-se nesta galeria 14 telas de santos penitentes e que, habitualmente, saíam na Procissão das Cinzas. A Igreja de N. Sra. da Esperança de Vila Viçosa foi classificada, no ano de 1944, como Imóvel de Interesse Público (I.I.P.).

Fonte: http://7maravilhasdevilavicosa.blogspot.com/2007/02/convento-e-igreja-da-esperana.html

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