O mau livro não é somente o que é sandeu, o que parvoeja na ideia ou na
forma, o que se enevoa nas regiões solares do Apocalipse, ou se abaixa até
incrustra-se no lodo que por aí se vende em oitavo. Mau livro é o que nos
incomoda, o que nos entristece, o que nos tira de um sossegado descuido de
desgraças para anos levar a hospitais de sangue, ou nos exacerba as nossas,
rasgando-nos mais por largo o horizonte das calamidades que ainda nos falta
experimentar.
CASTELO BRANCO,
Camilo, A Mulher Fatal, s.l., Circulo de Leitores, 1990, p.p. 87-88.
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