A Procuradoria-Geral da República é o órgão superior
do Ministério Público. As negociações tendentes à aquisição do imóvel desta
instituição actual, o Palácio Palmela, pelo Ministério da Justiça foram
iniciadas durante a permanência do Dr. António de Almeida Santos no cargo de
ministro da Justiça, sendo procurador-geral o conselheiro Eduardo Augusto Arala
Chaves.
Nas negociações diversas, acabou por se incluir no
valor global da aquisição algumas valiosas peças de recheio: duas estátuas em
mármore de Carrara sobre peanha rotativa, também em mármore, do século XIX, da
autoria do escultor francês Guilhaume, que se encontram no vestíbulo de entrada
do Palácio; um lanternim em bronze, também do século XIX, igualmente colocado
no vestíbulo; um armário holandês do século XVII, de carvalho, entalhado; uma
escrivaninha francesa em estilo império, de madeira exótica, com metal dourado;
duas grandes consolas em madeira pintada e dourada, com espelhos da época;
diversos armários; dois grandes lustres ingleses de cristal de fins do século
XVIII, e cinco quadros a óleo sobre tela da escola espanhola do século XVII
(precursores de Velázquez), representando personagens da época (retratos de D.
Francisco de Sousa, capitão da guarda de el-rei o cardeal D. Henrique, D.
Francisco de Sousa, trinchante de el-rei D. Sebastião, D. Maria Barreto,
morgada dos Barretos de Tavira, D. Luísa de Meneses e um cavaleiro
montado).
A escritura de compra e venda teve, finalmente,
lugar no dia 19 de Agosto de 1977, no 15.° Cartório Notarial de Lisboa. Ao
findar o 1.° trimestre de 1981, o Palácio Palmela constituía um deleite para os
olhos mais ávidos do belo, sem nenhuma ofensa às suas anteriores estruturas e
belezas. Os mais receosos interrogavam-se apenas sobre se a parte de construção
civil não viria a revelar defeitos não aparentes e se os dois pisos superiores
não viriam a acusar sequelas das suas antiquadas estruturas. A 18 de Maio
de 1982 fez-se, finalmente, a inauguração solene das novas instalações da
Procuradoria-Geral da República, com as presenças do Presidente da Republica,
do Presidente da Assembleia da Republica, do Presidente do Supremo Tribunal de
Justiça, do Primeiro-Ministro, do Ministro da Justiça e de outros membros do
Governo, de representantes do general CEMGFA e de S. E. o Cardeal-Patriarca de
Lisboa, de representantes da família Palmela e dos obreiros da maravilhosa
recuperação conseguida.
Fonte: Site da Procuradoria Geral da República Portuguesa.
Sem comentários:
Enviar um comentário