terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Museu do Oriente, o edifício


A possibilidade de conceber o Museu do Oriente constituiu um privilégio e um desafio irrecusável. O objectivo consistia em albergar uma valiosa colecção privada centrada numa temática comum, o Oriente, nas suas vertentes histórica, social, etnológica, antropológica, arqueológica e artística, no Edifício Pedro Álvares Cabral, uma cuidada construção portuária do início dos anos quarenta, da autoria do arquitecto João Simões Antunes. Destinado, durante a maior parte da sua já longa existência, à armazenagem de bacalhau (cujo persistente odor chegou a provocar alguma preocupação na fase inicial da obra), o Edifício Pedro Álvares Cabral localiza-se na Avenida de Brasília, em Alcântara, numa área sob tutela da Administração do Porto de Lisboa e encontra-se classificado como Património Municipal. A sua grande superfície e os seus seis pisos de altura, provocam uma escala e volumetria dominantes naquela parte de cidade, para o que contribui também a sua elementaridade e a quase total inexistência de fenestrações, ditada certamente pela função de armazenagem para que foi concebido. A sua organização longitudinal e simétrica centra-se num corpo central, referencial hierárquico do conjunto, ladeado por duas alas um pouco mais baixas. Nas cegas superfícies do alçado Norte, estas são pontuadas por dois baixos-relevos do escultor Barata Feyo. Interiormente destacam-se a densa e obsessiva estrutura de robustos pilares de planta quadrada, que se estende ao longo da superfície dos vários pisos e o reduzido e limitador pé-direito que estes apresentam.

Fonte: Site do Museu do Oriente.

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