O Jardim Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Jardim Público de Beja , no limite da zona histórica e inserido na cerca do antigo
Convento S. Francisco. O Jardim assumiu ao longo do tempo diferentes
tipologias, após ter sido espaço de produção (horta) durante a época do
Convento e campo de treino militar quando o Convento deu lugar ao
Quartel, no séc. XIX, o Coronel desta Infantaria cedeu parte da antiga
cerca para espaço público, o primeiro Passeio Público da cidade em 1880. Numa
época em que a população vivia dentro do centro histórico, o Jardim era lugar de encontro, de estadia ou de passeio
público. Com o crescimento da cidade e consequente, densificação e
artificialismo da área envolvente e da cidade o Jardim passa a ser uma
componente indispensável de qualidade de vida, lugar de convívio e
lazer. O Jardim constitui um elemento importante, pelas suas
características dominantes, na estrutura ecológica urbana de Beja, assim
como, na vida quotidiana dos seus habitantes. É constituído por vários
elementos singulares, que se traduzem no seu carácter identitário e no
seu valor paisagístico e cultural num local com dois hectares.
A partir da entrada Poente, marcada pela estátua do Lidador, estende-se
na direção Nascente o principal eixo estruturante do Jardim,
concretizado numa rua alargada. Este eixo ladeado por árvores e
canteiros culmina no monumento alusivo à morte do Lidador.
Nasceu na vila do Trastamires (actual Maia), junto à cidade
do Porto. Na mocidade, por sua fidalguia e afinidade espiritual,
tornou-se um dos maiores amigos do primeiro rei de Portugal, D. Afonso
Henriques. A vontade férrea de D. Gonçalo e suas inúmeras e épicas conquistas
no campo de batalha – em que o risco à vida era o eterno desafiante –
granjearam-lhe o cognome de "O Lidador".
Segundo a lenda popular, no dia em que comemorava 91 anos,
Gonçalo Mendes estava na frente de uma batalha contra os muçulmanos em Beja,
que estava a correr mal para o lado português. De repente, ganhou renovado
vigor e, juntando um grupo de combatentes, atacou o inimigo. Este, ao ver um
soldado envelhecido atacar com a força de um jovem, julgaram-se perante um acto
mágico, o que lhes diminuiu o moral.
Assim, um dos maiores líderes muçulmanos decidiu enfrentar
Gonçalo Mendes, na esperança de reconquistar o moral das suas tropas. Apesar de
gravemente ferido, Gonçalo Mendes conseguiu derrotar o seu adversário, com
efeitos demolidores, pois o exército muçulmano, sem líder, desorganizou-se,
pelo que as tropas portuguesas conseguiram ganhar a batalha.
Finda a batalha, Gonçalo Mendes terá sucumbido aos
ferimentos.
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