O Castelo de Paderne, no Algarve, localiza-se na cidade e
freguesia de mesmo nome, Concelho de Albufeira, Distrito de Faro, em Portugal. Ergue-se em posição dominante sobre a ribeira de Quarteira,
cerca de dois quilómetros ao Sul da cidade. Um dos sete castelos representados
na bandeira de Portugal, as suas ruínas, de cor avermelhada, constituem um dos
exemplares mais significativos da arquitectura militar muçulmana na península
Ibérica, destacando-se na paisagem como um aviso de chegada ao Algarve para
quem entra na Via do Infante, vindo da A2.
O castelo foi erguido em taipa pelos Almoádas entre o século
XI e o século XII, durante a última fase da ocupação muçulmana da península,
controlando a antiga estrada romana que cruzava a ribeira de Quarteira por uma
ponte a Sudeste. Neste período, o progresso da Reconquista cristã levava à
edificação de uma linha defensiva integrada por fortificações de porte médio e
de carácter rural na região, das quais esta é um dos melhores exemplos.
A referência mais antiga sobre o castelo remonta a 1189,
quando foi conquistado em um encarniçado assalto noturno pelas forças de D.
Sancho I (1185-1211), com o auxílio de uma esquadra de cruzados ingleses. Esse
domínio, entretanto, foi efêmero, uma vez que, já em 1191, foi recuperada pelas
forças Almóadas sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur. A sua posse definiva para a Coroa portuguesa só viria sob o
reinado de D. Afonso III (1248-1279) com a conquista pelo Mestre da Ordem de
Santiago, D. Paio Peres Correia, em 1248, iniciando-se o repovoamento da
região.
Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), os domínios da vila e
seu castelo, bem como o padroado da sua igreja, foram doados pelo soberano à
Ordem de Avis, na pessoa de seu Mestre, D. Lourenço Anes. Não se registram,
entretanto, no período, obras de recuperação no castelo, à semelhança do que
ocorreu com o Castelo de Alvor (1300), as muralhas de Tavira (1303) ou as de
Castro Marim (1303), mas tão somente algumas construções no seu interior, como
a edificação da primitiva capela, atualmente em ruínas.
No século seguinte, instaurando-se o ciclo dos
Descobrimentos portugueses, as preocupações estratégicas e econômicas
concentram-se nas costas do reino, perdendo Paderne a sua importância e a sua
função defensiva. Abandonado a partir do século XVI, quando a povoação se
transferiu para o atual sítio, caiu progressivamente em ruínas nos séculos
seguintes. O processo foi agravado com os estragos causados pelo terramoto de
1755 à estrutura, em particular à sua torre de menagem, como registrado pelas
"Memórias Paroquiais de 1758".
As ruínas do castelo, constituídas por alguns troços de
muralhas, a torre albarrã e as paredes da capela em seu interior, no qual se
abria uma cisterna, entulhada, foram classificadas como Imóvel de Interesse
Público por Decreto publicado em 22 de Novembro de 1971.
O imóvel foi adquirido pelo Ministério da Cultura, através
do IPPAR, em Setembro de 1997. O castelo apresenta planta no formato quadrangular
irregular, orgânica, ocupando uma área de cerca de 1.000 m². Além das
características típicas da arquitectura militar Almoáda, como os muros em
taipa, a torre albarrã de planta quadrada, que se eleva a cerca de dez metros
de altura a Leste, e a porta em cotovelo no ângulo oposto à torre, os seus
remanescentes evidenciam influências do estilo gótico e manuelino, como a barbacã
que defendia essa porta.
Fonte: Wikipédia.
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