sexta-feira, 15 de abril de 2011

Biblioteca de Évora


Os empregados da biblioteca começavam a chegar às oito e meia, nove menos um quarto... aspiravam palavras mudas quando concordavam com alguma coisa... alguns tinham óculos pendurados ao pescoço por correntes finas.











Os leitores de livros chegavam às nove, o ponteiro dos minutos, tic, a bater na hora certa. Todos limpavam os pés num tapete enorme que repousava à entrada da biblioteca e, bem educados, todos caminhavam como se não tocassem no chão. Às vezes, o cheiro dos livros antigos, o papel amarelo, podia confundir-se com poeira, as não havia efectivamente, as superfícies lisas brilhavam.
Fonte: PEIXOTO, José Luís, Livro, Lisboa, Quetzal, 2010, p.143.

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