sábado, 16 de julho de 2016

Pôr-do-sol alentejano

ÉVORA

Hoje o tempo não me enganou. Não se conhece uma aragem na tarde. O ar queima, como se fosse um bafo quente de lume, e não ar simples de respirar, como se a tarde não quisesse já morrer e começasse aqui a hora do calor. Não há nuvens, há riscos brancos, muito finos, desfiados de nuvens. E o céu daqui, parece fresco, parece a água limpa de um açude.

PEIXOTO, José Luís, Nenhum olhar, Lisboa, 15.ª edição,  Quetzal Editores, 2012, p. 10.

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