À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, os domínios de Portel Mafomede estavam compreendidos no primitivo termo de Évora, na doação feita por Afonso III de Portugal a João de Aboim, anteriormente a 1257.
Este nobre, letrado, que chegou a desempenhar as funções de Mordomo-mor
do reino, era tão somente um valido do soberano quando, após o conflito
que opôs D. Afonso III a seu irmão, Sancho II de Portugal (1223-1248), foi agraciado com essa honra entre os termos de Évora e Beja, grosso modo coincidente com a serra de Portel. Em 1257,
o monarca dirigiu cartas aos homens-bons de Évora para que aceitassem
João de Aboim como seu vizinho.
Tendo havido contestação acerca dos
limites desta doação, somente após a demarcação de sua jurisdição, em 1261, o soberano autorizou a construção de um castelo onde melhor servisse aos interesses daquele nobre (1261). Desse modo, a 1 de Dezembro de 1262, João de Aboim, acompanhado por sua esposa e filho, passou Carta de Foral aos povoadores do castelo de Portel, em termos semelhantes aos de Évora.
Os trabalhos de construção então iniciados, terão prosseguido sob o reinado de D. Dinis
(1279-1325), quando, após falecido o nobre, tendo surgido contenda
entre os herdeiros pela posse da honra, o castelo reverteu para a posse
da Coroa, por escambo entre o soberano e D. Marinha, viúva de João de
Aboim, datado de 9 de Janeiro de 1289. A este soberano é atribuída ainda, a ereção da cerca da vila.
No contexto da crise de 1383-1385, Fernão Gonçalves de Sousa, alcaide de Portel, tomou o partido de Castela, e com receio dos moradores, tomou-lhes as armas a todos e pô-las no castelo. Em Novembro de 1384, no desenvolvimento da campanha alentejana pelas forças do Condestável, D. Nuno Álvares Pereira,
um clérigo de Portel, de nome João Mateus, abriu-lhes as portas da
vila, facilitando a conquista da povoação e a rendição do castelo.. Os seus domínios, após a batalha de Aljubarrota
estariam compreendidos na ampla doação de terras e direitos que o
soberano fez aquele Condestável, passando, por sucessão, para os
domínios da Casa de Bragança.
Posteriormente, sob o reinado de D. Manuel I, a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). Nessa época a estrutura do castelo foi remodelada dando lugar ao paço dos duques de Bragança e a uma barbacã (1510), ficando as obras a cargo do arquitecto-régio Francisco de Arruda, por instância de D. Jaime, duque de Bragança.
Perdida
a sua função defensiva, afastado da linha lindeira e das principais
vias de acesso ao território alentejano, o castelo foi progressivamente
abandonado até se converter em ruínas no século XIX.
No início do século XX, o conjunto foi classificado como Monumento Nacional por Decreto, publicado em 23 de Junho de 1910. A intervenção do poder público fez-se sentir pontualmente, em 1938, por iniciativa da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).
Propriedade da Fundação Casa de Bragança, a degradação do conjunto continuou progredindo até à derrocada de um torreão cilíndrico do paço e, mais recentemente, em Fevereiro de 1998, de um troço de muralha adjacente à torre de menagem, elemento que já havia sido objeto de intervenção na década de 1980.
A nova intervenção teve lugar em 1999, a cargo da DGEMN, através da sua Direcção Regional Sul,
com base em técnicas tradicionais de construção. O conjunto aguarda,
entretanto, um plano abrangente de investigação e de musealização.
Fonte: Wikipédia.
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