Tenho muita pena
dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam
sobre o longíquo e o estranho. Os que sonham e são felizes, ou são devaneadores
simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes
dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira
desilusão.
Bernardo Soares – Páginas do livro do Desassossego, Lisboa, Ática, 2009, p. 18.
Sem comentários:
Enviar um comentário