Um livro
escreve-se uma vez e outra vez.
Um livro se
repete. O mesmo livro.
Sempre. Ou a
mesma pergunta. Ou
talvez
o não haver
resposta.
Por isso um livro
anda à volta sobre si mesmo
um livro o poema
a prosa a frase
tensa
a escrita nunca
escrita
a que não é senão
o ritmo
subterrâneo
o anjo oculto o
rio
O demónio azul.
(…)
ALEGRE, Manuel,
Um Livro, Livro de português errante, Lisboa,
Publicações D. Quixote, 2001, p. 31.
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