terça-feira, 4 de junho de 2019

A morte da água



Armação de Pêra

Um rio é a infância da água. As margens, o leito, tudo a protege. Na foz é que há a aventura do mar largo (…) Acabou-se mesmo qualquer passado. É o convívio com a distância, com o incomensurável, é o anonimato. E a todo o momento há água que se lança nessa aventura. Adeus margens verdejantes, adeus pontes, adeus peixes conhecidos. Agora é o mar salgado, a aventura sem retorno, nem mesmo na maré cheia. 

BELO, Ruy, Homem de palavra[s], Porto, Assírio e Alvim, 2016, p 130.

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