Jardim do Palácio Fronteira |
- continuaremos a
viver neste país à beira-mar beira-ruas
parando diante
das entradas dos cinemas
olhando o
beira-cais beira-porto e Beirute onde nunca iremos.
E Lisboa em fumos
de alcova santa
meu jardim de
águas suspensas Lisboa agora Lisboa do
nosso delírio
Lisboa em sons
roucos de violino desértica cidade do
aborrecimento
rosto
distendendo-se para morrer Lisboa
devorando-se Lisboa serpente ou magia de um espelho
que nos devolve
patéticos reflexos do rosto
que se debruça
sobre a noite de um rio.
BERTO, Al,
Apresentação da noite, Lisboa, Assírio & Alvim, 2006, página 57.
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