sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Braço de Mar

O mar é sempre maior
e o luar lhe faz a corte
năo há medida do homem
entre a praia e o horizonte
O mar já veio antes da onda inventar o tempo
É ele quem trai o porto
e ascende o pavio da bomba
que puxa a noite do poço e corta os pulsos da sombra
E mesmo no sol,
o mar traça seu jogo de conveniências
suas algas postas de molho
sua escultura sem cabeça
O mar é sempre começo

Nei Duclós(No mar, veremos. Săo Paulo, Editora Globo, 2001).

FONTE: http://www.kplus.com.br/materia.asp?co=689&rv=Cigarra