Humberto da Silva Delgado (Torres Novas, Brogueira, Boquilobo, 15 de Maio de 1906 —
Villanueva del Fresno, 13 de Fevereiro de 1965) foi um militar português da
Força Aérea que corporizou o principal movimento de tentativa de derrube do
regime salazarista através de eleições, tendo contudo sido derrotado nas urnas,
num processo eleitoral fraudulento, que deu a vitória ao candidato do regime
vigente, Américo Tomás.
Frequentou o Colégio Militar entre 1916 e 1922. Em 1925 entrou na Escola Prática de Artilharia, em Vendas
Novas.Participou no movimento militar de 28 de Maio de 1926, que
derrubou a República Parlamentar e implantou a Ditadura Militar que, poucos
anos mais tarde, em 1933, iria dar lugar ao Estado Novo liderado por Salazar. Durante muitos anos apoiou as posições oficiais do regime
salazarista, particularmente o seu anticomunismo.
Representou Portugal nos acordos secretos com o Governo
Inglês sobre a instalação das Bases Aliadas nos Açores durante a Segunda Guerra
Mundial. Em 1944 foi nomeado Director do Secretariado da Aeronáutica
Civil. Entre 1947 e 1950 representou Portugal na Organização da
Aviação Civil Internacional, sediada em Montreal, Canadá. Foi Procurador à Câmara Corporativa entre 1951
e 1952. Em 1952 foi nomeado adido militar na Embaixada de Portugal
em Washington e membro do comité dos Representantes Militares da NATO.
Promovido a general na sequência da realização do curso de altos comandos, onde
obteve a classificação máxima, passa a Chefe da Missão Militar junto da NATO. Regressado a Portugal foi nomeado Director-Geral da
Aeronáutica Civil.
Os cinco anos que viveu nos Estados Unidos modificam a sua
forma de encarar a política portuguesa. Convidado por opositores ao regime de
Salazar para se candidatar à Presidência da República, em 1958, contra o
candidato do regime, Américo Tomás, aceita, reunindo em torno de si toda a
oposição ao Estado Novo. Numa conferência de imprensa da campanha eleitoral,
realizada em 10 de Maio de 1958 no café Chave de Ouro, em Lisboa, quando lhe
foi perguntado por um jornalista que postura tomaria em relação ao Presidente
do Conselho Oliveira Salazar, respondeu com a frase "Obviamente,
demito-o!".
Esta frase incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo
regime salazarista que o apoiaram e o aclamaram durante a campanha com
particular destaque para a entusiástica recepção popular na Praça Carlos
Alberto no Porto a 14 de Maio de 1958. Devido à coragem que manifestou ao longo da campanha perante
a repressão policial foi cognominado «General sem Medo». No entanto, o resultado eleitoral não lhe foi favorável graças à fraude
eleitoral montada pelo regime.
Em 1959, na sequência da derrota eleitoral, vítima de
represálias por parte do regime salazarista e alvo de ameaças por parte da
polícia política, pede asilo político na Embaixada do Brasil, seguindo depois
para o exílio neste país. Convencido de que o regime não poderia ser derrubado
por meios pacíficos promove a realização de um golpe de estado militar, que vem
a ser concretizado em 1962 e que visava tomar o quartel de Beja e outras
posições estratégicas importantes de Portugal. O golpe, porém, fracassou.
Pensando vir reunir-se com opositores ao regime do Estado
Novo, Humberto Delgado dirigiu-se à fronteira espanhola em Los Almerines, perto
de Olivença, em 13 de Fevereiro de 1965. Ao seu encontro vai um grupo de
agentes da PIDE, liderados por Rosa Casaco. O agente Casimiro Monteiro
assassina-o, bem como à sua secretária, Arajaryr Campos. Os corpos foram
ocultados perto de Villanueva del Fresno, cerca de 30 km a sul do local do
crime.
A Assembleia da República Portuguesa decidiu, a 19 de Julho
de 1988, que fosse feita a transladação dos restos mortais de Humberto
Delgado, do Cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional da Igreja de Santa
Engrácia, em Lisboa. A cerimónia aconteceu a 5 de Outubro de 1990, dia que se
assinalava os oitenta anos da Implantação da República Portuguesa. Nesta mesma
altura, o General foi elevado, a título póstumo, a Marechal da Força Aérea.
Na minha opinião, esta é uma homenagem mais que justa ao general sem medo. O curioso é do seu túmulo se encontrar ao lado de Craveiro Lopes, um presidente do regime. Regime que havia de odiar esta homenagem, especialmente, por ter sido o responsável pelo fim das obras de Santa Engrácia com o objectivo de promover os heróis portugueses.
Na minha opinião, esta é uma homenagem mais que justa ao general sem medo. O curioso é do seu túmulo se encontrar ao lado de Craveiro Lopes, um presidente do regime. Regime que havia de odiar esta homenagem, especialmente, por ter sido o responsável pelo fim das obras de Santa Engrácia com o objectivo de promover os heróis portugueses.
Fonte: Wikipédia.
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