Nos amores cuidará alguém que não é isto
necessário e que não é acostumado. Cuido eu que não poderia ser mais necessário,
pois em todas as coisas se deve haver respeito ao como e quando e ao para que se faz para não
errarem. Maiormente se deve ter esse respeito nos amores, pois são tão sujeitos
aos erros, que mais mal contado seria ao caminhante rico, se fosse
desapercebido pelo lugar que de ladrões é seguido, que por outro que o não
fosse: que naquele, se lhe acontecesse algum desastre, culparia a ventura, mas
naquele outro culparia a si, que são culpas mais graves de perdoar.
RIBEIRO, Bernardim, Menina e moça,
Lisboa, Editorial Verbo, 1972, p. 127.
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