sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Sidónio Pais


Sidónio Bernardino da Silva Pais nasceu em Caminha, distrito de Viana do Castelo, no dia 1 de Maio de 1872, filho de Sidónio Alberto Pais e de Rita da Silva Cardoso Pais. Morreu vítima de um atentado, na Estação do Rossio, a 14 de Dezembro de 1918.


Em 1888, inicia a carreira militar, entrando para a Escola do Exército e para a arma de Artilharia. É promovido a alferes em 1892, a tenente em 1895, e a capitão em 1906. Paralelamente àquela, desenvolve uma outra, a de professor universitário, frequentando a Universidade de Coimbra e licenciando-se em Matemáticas em 1898. É nomeado professor catedrático da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral daquele estabelecimento de ensino superior e aceite como professor da Escola Industrial Brotero da qual virá a ser director em 1911.


Túmulo no Panteão Nacional
Desde os tempos da Universidade de Coimbra que se manifestou partidário das ideias republicanas, conspirando contra o regime monárquico. Data desta época a sua filiação na Maçonaria, na Loja "Estrela de Alva", em Coimbra, com o nome de irmão Carlyle. Após a implantação da República é chamado para desempenhar os seguintes cargos:

Deputado à Assembleia Nacional Constituinte;
Ministro do Fomento do governo de João Chagas, desde 24 de Agosto de 1911;
Ministro das Finanças do governo de Augusto de Vasconcelos, desde 7 de Novembro do mesmo ano;
Representante do Governo nas manifestações do primeiro aniversário da implantação da República, na cidade do Porto;
Ministro de Portugal em Berlim, desde 17 de Agosto de 1912, cargo que desempenhou até 9 de Março de 1916, data em que a Alemanha declarou guerra a Portugal.
Após o seu regresso a Portugal, assume-se como figura principal de contestação ao Governo democrático e encabeça o golpe de estado de 5 de Dezembro de 1917, que acaba vitorioso, após três dias de duros confrontos. Neste contexto vai desempenhar as funções seguintes:
Presidente da Junta Revolucionária, desde 8 de Dezembro de 1917;
Presidente do Ministério, ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, desde 11 de Dezembro do mesmo ano;
Presidente da República, desde 27 de Dezembro, até nova eleição;
Presidente da República, eleito por sufrágio directo, desde 9 de Maio de 1918.


Sidónio Pais modifica a lei eleitoral, sem sequer se dar ao trabalho de consultar o Congresso e é eleito Presidente da República por sufrágio directo dos cidadãos eleitores. Durante o seu senado, são dignos de realce os seguintes factos:

Em Fevereiro, é alterada a lei da separação entre a Igreja e o Estado;
Em Março, é declarado o sufrágio universal;
Em Abril, as tropas portuguesas são derrotadas na batalha de La Lys,
Em Julho, são reatadas as relações com a Santa Sé.
Passado o estado de graça, sucedem-se as greves, as contestações, e as tentativas de pôr fim ao regime sidonista. Em resposta, este decreta o estado de emergência em 13 de Outubro. Consegue recuperar momentaneamente o controlo da situação, mas o movimento de 5 de Dezembro estava ferido de morte. Nem a assinatura do armistício, em 11 de Novembro, nem a mensagem afectuosa do rei Jorge V de Inglaterra correspondente ao acto vem melhorar a situação. Em 5 de Dezembro, Sidónio sofre um primeiro atentado, durante a cerimónia da condecoração dos sobreviventes do Augusto de Castilho, do qual consegue escapar ileso. Não conseguiu escapar ao segundo, levado a cabo por José Júlio da Costa que o matou a tiro, na Estação do Rossio, no dia 14 de Dezembro de 1918. Aqui fica a minha homenagem ao "Presidente-Rei", um homem bonito pelo que me contava a minha avó Hortense, hoje que faz cem anos que foi assassinado.

Fonte: http://www.presidencia.pt/?idc=13&idi=34

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