sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Tu, Senhor


Tu me sondas, Senhor, e me conheces.
Sabes quando me sento e me levanto,
de longe tu escutas as menores intenções,
reconheces minha marcha e vigias o meu sono.
Nada de mim te é estranho.
Adivinhas a palavra que se tece ainda em mim.
Estás em frente do meu rosto, estás atrás das minhas costas,
E pousaste a tua mão sobre a carne do meu ombro.
- Oh, tua ciência é a mais prodigiosa. 

 HELDER, Herberto, Saltério, O Bebedor nocturno – poemas mudados para português, Lisboa, Assírio & Alvim, 2010, p. 22.

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