terça-feira, 30 de setembro de 2025
Tudo o que no silêncio nasce
Tudo o que no silêncio nasce
E morre sem cessar
Talvez
Renasça no poema
Talvez
Recomece
Por nunca ser senão pelo desejo
De um quase nada
Que é todo o seu ser.
ROSA, António Ramos, Poesia presente - Antologia, Porto, Assírio e Alvim, 2014, p. 102.
Muito haveria a dizer
Muito haveria a dizer do confronto da mão com o sol. Da semente com a terra. Há contudo um lugar onde a paixão se esconde para explodir: o olhar.
ANDRADE, Eugénio de, Memória doutro rio, Porto, Assírio e Alvim, 2014, p. 49.
segunda-feira, 29 de setembro de 2025
domingo, 28 de setembro de 2025
No fio da navalha
O que quero, ignora
O que ignoro, quer
O fio da navalha
Quebra-se
Sem querer
Para quê aprender
Se há enlouquecer
E nunca saber
Se eu morrer
Se eu morrer
Não vai chover
Ninguém por mim vai chorar
A solidão a crescer
Parece que nem São Pedro me quer
Ninguém tem tempo para me amar
Nem retribuir o que tenho para dar...
Se eu morrer
Ninguém vai sofrer
Só eu tenho amor para dar
A dor
Será sempre de cor
A saltar
Ao meu lado, mesmo sem a querer
Se eu morrer
Ao São Pedro vou perguntar
Porque não conheci o amor
Só a perda dos meus, apesar
De tudo lhes dar...
Eu sei que a única coisa que vou ganhar
É do meu funeral ninguém chorar!
sábado, 27 de setembro de 2025
E assim... é a minha sina
Sinto-me assim
Indecisa
Irritadiça
Na preguiça
De triste a stressada
Quero uma vida melhorada
Acompanhada
A morte deixou-me enjeitada
Preferia deserdada
Estou nim
Não faço nada
Por ser muito dedicada
Não quero ser culpada
Apesar de ignorada
No espaço
E no tempo
Nunca serei aperfeiçoada
Serei alimentada
Já que sou desejada
Todavia, o tempo nunca será para mim...
Mais que motivos para estar irritada
Desconhecer gente apaixonada
É a sina...
sexta-feira, 26 de setembro de 2025
Como a humanidade é infeliz
EIRAS, Pedro, Paraíso, Porto, Assírio e Alvim, 2022, p. 95.

















































