sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CASTELO DE S. JORGE

O Castelo de São Jorge localiza-se na freguesia do Castelo, na cidade de Lisboa. Primitivamente conhecido simplesmente como Castelo dos Mouros, ergue-se em posição dominante sobre a mais alta colina do centro histórico, proporcionando aos visitantes uma das mais belas vistas sobre a cidade e o estuário do rio Tejo.

Pensa-se que os Cruzados ingleses que ajudaram o Rei Dom Afonso Henriques a conquistar Lisboa em 1147 terão sido os primeiros a trazer a devoção a São Jorge para Portugal (São Jorge é o santo patrono da Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscovo). No entanto, só no reinado de Dom Afonso IV de Portugal que o uso de São Jorge!! como grito de batalha se tornou regra, substituindo o anterior Sant'Iago!!

A primitiva presença humana na área remonta à Idade do Ferro, e as pesquisas arqueológicas trouxeram à luz testemunhos desde, pelo menos, o século VI a.C., sucessivamente por Fenícios, Gregos e Cartaginenses. As informações históricas, entretanto, iniciam-se apenas no contexto da conquista da Hispânia pelas legiões romanas, quando era denominada Olisipo.

Mais tarde, no século VIII, viria a cair sob o domínio muçulmano, passando a denominar-se Al-Ushbuna ou Lissabona. As descrições dos seus geógrafos referem a existência da fortificação com as suas muralhas, as quais defendiam a "quasabah" (alcáçova), o centro do poder político e militar da cidade. A chamada "Cerca Moura" foi edificada no período tardo-romano, tendo sido reconstruída e ampliada durante o período islâmico.

No contexto da Reconquista cristã da península, a sua posse oscilou ao sabor das investidas cristãs. Dessa forma, foi conquistada inicialmente por Afonso II das Astúrias, em contra-ofensiva em 796. Com D. Afonso Henriques (1112-1185), com o auxílio de cruzados normandos, flamengos, alemães e ingleses que se dirigiam à Terra Santa, investiu-se contra esta fortificação muçulmana, que capitulou após um duro cerco de três meses (1147), como narrado no manuscrito "De expugnatione Lyxbonensi", carta escrita por um cruzado inglês que tomou parte na conquista.

Como preito de gratidão, o castelo, agora cristão, foi colocado sob a invocação do mártir São Jorge, a quem muitos cruzados dedicavam devoção. No dia da conquista, 25 de Outubro, comemora-se hoje o "Dia do Exército", instituição que, no país, tem São Jorge como padroeiro.
Poucas décadas mais tarde, entre 1179 e 1183, o castelo resistiu com sucesso às forças muçulmanas que assolaram a região entre Lisboa e Santarém.

A partir do século XIII, alçando-se Lisboa a Capital do reino (1255), o castelo conheceu o seu apogeu, quando foi, além de Paço Real, o chamado Paço da Alcáçova, palácio de bispos, albergue de nobres da Corte e fortificação militar. Os terramotos que afectaram a cidade em 1290, 1344 e 1356, causaram-lhe danos. No plano militar, mobilizou-se diante do cerco castelhano de Fevereiro e Março de 1373, quando os arrabaldes da Capital chegaram a ser saqueados e incendiados. Nesse ano iniciou-se a muralha de D. Fernando (1367-1383), concluída dois anos mais tarde e que se prolonga até à Baixa.
Na 3.ª guerra fernandina os arrabaldes da cidade foram novamente alvo das investidas castelhanas, em Março de 1382, e mais tarde, no decurso da crise de 1383-1385, Lisboa seria duramente assediada pelas forças de D. João I de Castela em 1384. Nas funções de Paço Real, foi palco da recepção a Vasco da Gama, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia, no final do século XV, e da estreia, no século XVI, do Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente, primeira peça de teatro português, comemorativa do nascimento de D. João III (1521-1557).

Juntamente com a cidade, o castelo voltou a sofrer com os terramotos de 1531, 1551, 1597 e 1699. A sua história como Paço Real encerrou-se com a mudança do mesmo, ainda no século XVI para o Paço da Ribeira. A partir de então as suas dependências foram utilizadas como aquartelamento. À época da Dinastia Filipina foi novamente guarnecido, tendo sido utilizado como prisão.

A mudança da residência real para a zona ribeirinha, a instalação de aquartelamentos e o terramoto de 1755 contribuíram para o declínio e a degradação do monumento. Foi sede da Casa Pia de 1780 a 1807, quando foi utilizado como Quartel-General por Jean-Andoche Junot. Desse modo, descaracterizado e, em parte, interditado aos lisboetas, chegou ao século XX.

Classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, sofreu importantes intervenções de restauro na década de 1940 e no final da década de 1990, que tiveram o mérito de reabilitar o monumento, recuperando-lhe a traça medieval. Actualmente constitui-se num dos locais mais visitados pelos turistas na cidade de Lisboa.

O monumento oferece ainda os jardins e miradouros (com destaque para a Praça de Armas com a estátua de D. Afonso Henriques), o castelejo, a cidadela e a esplanada, um espectáculo multimédia (Olisipónia), uma câmara escura (Torre de Ulisses, antiga Torre do Tombo), espaço de exposições, sala de reuniões/recepções (Casa do Governador) e loja temática aos seus visitantes.


Fonte: Wikipédia

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