segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Dias de solidão

 Tive dias de solidão 

Em que quase nada disse

porque não tinha com quem conversar. 

O som da minha própria

 voz espantava-me,

Lembrando-me

De que não sou um fantasma 

Que flutua pela cidade

E passa despercebido.

Eu estava lá,

Silenciosamente desligada, apenas 

com a voz na minha cabeça 

a tornar-me mais familiar

que qualquer dos rostos 

ao meu redor.


REINHART, Lili, A arte de mergulhar, Alfragide, Edições Asa, p. 157.

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