Há ocasiões em que ao final do
Dia pouco sobra para além das mãos que
Nos despem a roupa por caridade e nos
apagam a luz
Há ocasiões em que o balanço sabe a
nada ou sabe a nojo e o amanhã fica
refém de uma véspera de sargeta
Há ocasiões em que o sol se deixa
abraçar ao contrário e nos ensombra a
alma em entardeceres sucessivos
Há ocasiões em que o quebranto adormece
connosco e desaprende de
despertar
Há ocasiões
SOUTO, António, A Seiva dos dias e outros poemas, s.l., Europeus, 2021, p. 74.
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