sábado, 13 de dezembro de 2025

Erro poético

Sou o açúcar 

Procurando a formiga.


Meu carreiro

não tem linha. 

É um ponto, um planetário grão.


A minha natureza

é uma inacabada caligrafia:

apenas os erros me defendem.


O amor apenas

me rasura a alma.


Com a formiga

Partilho alucinogénicos:

Migas de paixão, migalhas de doçura.


COUTO, Mia, Tradutor de chuvas, 3.a edição, Alfragide, Editoral Caminho, p. 31.

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