Afastar-me da multidão
Entrar num quarto vazio
e de repente esquecer o porquê de
Ali ter ido, para começar.
Não fazer nada
parar
puxar pela cabeça em busca de sinais
à espera que me digam o que fazer.
No lado receptor do rádio
estático.
Vaguear por aí, em passo lento
a tentar estimular o cérebro para
que se lembre da ordem.
Permitir que os meus olhos pousem em todas
as peças de tecido no armário.
Olhar os cabelos finos junto
ao cimo da cabeça no
espelho da casa-de-banho.
Nada.
REINHART, Lili, A arte de mergulhar, Alfragide, Edições Asa, p. 115.
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