quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Um nome escrito no tempo

Teu nome antes mesmo do caderno

teu nome na negra lousa eu o escrevi

Eu o escrevi e apage se perdeu e renasceu

Teu nome efémero teu nome eterno

Teu nome onde eras tu mesmo sem ti

Teu nome eu o escrevi eu o perdi 

Teu nome que saiu das folhas para o mundo 

Apesar da tinta que lentamente esmaeceu

Teu nome eu o escrevi e se inscreveu

De tal modo dentro de mim tão fundo 

Que já não sei se és tu ou eu.



ALEGRE, Manuel, Livro do português errante, Lisboa, Publicações D. Quixote, 2022, p. 56. 

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