Na penumbra da tarde,
O mundo morto,
A meu passo, despertava.
Não era o amor
que eu procurava.
Buscava o amar.
Na casa em ruínas,
Te despidas
Para que me deixasse cegar.
Voz transpirada,
suplicavas que te chamasse no escuro.
Em ti, poré,
eu amava
Quem não tem nome.
Na casa casa arruinada
te amei e te perdi
como a ave que voa
Apenas para voltar a ter corpo.
Na penumbra da tarde,
tu me ensinaste a nascer.
Na noturna claridade
me esqueci
que nunca havias nascido.
COUTO, Mia, Tradutor de chuvas, 3.a edição, Alfragide, Editoral Caminho, pp. 14-15.
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